No final de semana prolongado devido ao feriado de 15 de Novembro aproveitei para visitar minha terra natal (Marechal Rondon PR), ver minha afilhada Luana, e curtir as delícias culinárias da minha Tia.
No iniciozinho da semana, rumei de Marechal Rondon PR para Foz do Iguaçu PR, distante 637 km da capital paranaense, e divisa com a cidade de Puerto Iguazú, na Argentina; e lá estava eu, para hospedar-me no Hostelling International Paudimar Campestre (R$ 20,00 a diária), de Foz de Iguaçu.
Aproveitei para fazer algumas comprinhas básicas em Ciudad Del Este, no Paraguai, visitar o Dutyfree da Argentina, onde adquiri minha nova Nikon D5000, e já no final da tarde tomar um banho relaxante na piscina do Hostel.
No primeiro dia na fronteira, fiz amizade com uma senhora de Joinville, que estava hospedada com sua filha, e depois iriam para o interior do Paraguai, onde o genro trabalha; Tomamos uma cerveja deitados nas espreguiçadeiras a beira da piscina e conversamos sobre viagens; Mais tarde, conheci uma portuguesa, Sandra, que mora em Paris. O sotaque português me encanta e é inconfundível; logo de cara puxei assunto com ela.
À noite, depois de um bom banho quente, vi que tinha um brasileiro sentado sozinho em uma mesa no barzinho do Hostel, pedi uma cerveja e dois copos, e fiz amizade com o paulistano Robert, comissário de bordo da Empresa Aérea Azul; sua namorada, Denise, aeromoça, estava no quarto e não quis passar a noite conosco. Juntaram-se ainda o paranaense de Maringá, Junin, e o Carlos, de Vitória, no Espírito Santo. Jogamos um pouco de bilhar (sinuca), algumas cervejas, muitas risadas e depois lá pelas 23h me recolhi para meu quarto (cabana).
No outro dia cedo, depois de um bom café da manhã, às 8h, já estava pronto para minha aventura, Cataratas Del Iguazú, no lado argentino (Parque Nacional Iguazú). Combinei o passeio e o transporte no Hostel mesmo (R$ 25,00 Transporte + R$ 25,00 Entrada + R$ 110,00 Passeio). Comprando lá na hora, na entrada, é mais barato, assim como o transporte, mas não estava muito a fim de procurar.
A Van chegou pontualmente na hora marcada. O motorista, uma figuraça! Torcedor do Boca Juniors, estava com a ‘cabeça inchada’ pois o time havia perdido o super-clássico argentino na noite anterior por 1 a 0 para o River Plate. Todos na estrada e na fronteira conheciam ele, e cada carro que passava, buzinava e chamava a atenção pela derrota do time dele.
Na Van estava eu, que fui convidado a sentar na frente, junto ao motorista, um rapaz da Alemanha (Munique), os portugueses Sandra (Lisboa) e Alexandre, Florine (Paris) e um amigo francês.
Antes de seguir para a fronteira, atravessando a Ponte que separa os dois países, Brasil e Argentina, passamos em um mercadinho para comprar água e lanche para a tarde.
A cidade de Puerto Iguazu está localizada na região nordeste da República Argentina e a 300 km da capital de Misiones, Posadas. Ponto turístico por excelência, Porto Iguaçu é visitada por milhões de pessoas do mundo todo, que vêm para desfrutar do maior espetáculo de água e selva que existe sobre a Terra, as ‘Cataratas Del Iguazú’. É a cidade mais próxima ao Parque Nacional Iguaçu.
O Parque Nacional Iguaçu, criado em 1934 com o objetivo de conservar as majestosas Cataratas do Iguaçu, um dos fenômenos naturais mais importantes do mundo, assim como a biodiversidade que as cerca, possui ao redor de 67.620 hectares, que foram declarados Patrimônio Natural da Humanidade em 1984, pela UNESCO, devido a suas belezas cênicas e à grande diversidade biológica da mata subtropical.
Este santuário natural localizado no extremo nordeste da República Argentina, com chuvas e temperaturas amenas (15° C em média no inverno e 30° C em média no verão), compõe um ambiente extremamente úmido e quase sem vento, devido à frondosa copa vegetal.
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Garganda del Diablo. |
O Rio Iguaçu tem um percurso total de 1320 km até a sua foz no Paraná, 23 km depois das cataratas. Contornado por margens baixas, tem, na maior parte do seu percurso, uma largura variável, que vai de 500m a 1000m. Dentro do Parque Nacional, se alarga até uns 1500m e se volta para o sul, para logo voltar-se novamente para o norte, formando um grande "U" que contém - em sua foz - o abrupto desnível de terreno que dá lugar às Cataratas: imponentes quedas d'água.
Em sua grande curva, uma proliferação de escolhos, ilhotas e grandes ilhas, fragmentam o rio em numerosos braços. Ao chegar ao barranco, cada um deles da lugar a uma queda d'água, cujo conjunto constitui o grande leque que são as Cataratas do Iguaçu.
Este espetáculo único no mundo, considerado como uma das Sete Maravilhas da Natureza, originou-se há mais ou menos 200 mil anos, no local que hoje conhecemos como 'Marco das Três Fronteiras' (Argentina, Brasil e Paraguai), onde se encontram os rios Iguaçu e Paraná.
Uma falha geológica produzida no leito do Rio Paraná fez com que a desembocadura do Rio Iguaçu se convertesse numa abrupta queda de 80 metros de altura. Desde aquele ponto, de onde se originaram as Cataratas, até onde hoje em dia se encontra a 'Garganta do Diabo', são 27 quilômetros de distância, devido ao lento mas contínuo retrocesso erosivo no local das Cataratas.
Esta grande queda original se converteu em um dos grandes arcos sinuosos, com 2700 metros de extensão. Sendo a queda mais importante do conjunto, a Garganta do Diabo, com 80 metros de altura, encontra-se no curso principal do rio. Conforme o rio esteja mais ou menos caudaloso, podem-se admirar entre 160 e 260 quedas, o que seria, em média, 1500 metros cúbicos de água por segundo. A violência da queda produz uma névoa permanente, na qual os raios solares desenham múltiplos arco-íris de insuperável beleza.
O Parque Nacional de Iguaçu conta com diversas atividades para que o passeio seja único e inesquecível.
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Gran Aventura Iguazu Macuco. |
Após os tramites realizado na fronteira (saída do Brasil e entrada na Argentina) realizados com sucesso, seguimos nossa viagem em terras argentinas.
Logo após passar o Portal de Acesso, orientados pelo nosso guia/motorista, o passeio tem início no ‘Centro de Interpretación’ com uma incursão detalhada sobre a biodiversidade da selva misionera, conhecendo sua fauna, flora e história da região.
As 9h. fomos orientados a nos dirigir até o veículo que nos levaria até o início do passeio de bote até debaixo das cataratas. Antes disso, passaríamos pela trilha ‘Sendero Macuco’ que permite conectar-se diretamente com a natureza da região, aprendendo um pouco sobre a flora e a fauna da selva.
No caminho para a Gran Aventura Iguazu Jungle, conheci a argentina Michelle (My Belle Meschell), que me acompanhou o restante do dia.
Embarcamos em um caminhão especial que nos levou pela trilha Yacaratiá até o porto onde embarcamos em uma lancha bimotor e navegamos 6 km pelo Rio Iguaçu, sendo 2 km subindo as corredeiras. Algumas fotos no caminho e depois, devidamente equipados com coletes salva-vidas e orientações, seguimos pelo Rio Iguazú até o Salto Três Mosqueteros, de onde se tem uma bela vista do Salto Santa Maria (que fica no lado brasileiro) e da Garganta Del Diablo (Salto Unión).
Tiramos fotos dos outros saltos e recebemos uma bolsa impermeável para colocar os nossos pertences e as máquinas fotográficas que não fossem a prova d’água, pois o banho seria inevitável.
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Um momento inesquecível nas Cataratas do Iguazú, na Argentina. |
M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O !!!
Assim que posso definir ‘la ducha’ que tomamos em baixo do Salto San Martin; olhar para cima e ver aquela quantidade enorme de água caindo é maravilhoso. Um banho na alma; encharcados, atracamos nas ‘escaleras’ do Circuito Inferior e descemos do bote. Os portugueses Sandra e Alexandre optaram por fazer o passeio à Isla San Martín (localizada no coração das cataratas, com acessos a encantadoras vistas). Eu e Michelle resolvemos subir o Circuito e fotografar o Salto dos Hermanas.
Por volta do meio-dia, fomos até o Fast Food Dos Hermanas onde a mãe da Michelle estava aguardando. Almoçamos por lá mesmo, e depois continuamos nosso passeio pelo Circuito Inferior, um conjunto de trilhas estratégicas que propiciam os mais diversos ângulos de visão das Cataratas do Iguaçu e de recantos paradisíacos.
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A argentina Michelle e Eu, na Garganta del Diablo |
Caminhamos um pouco pela mata, observando algumas aves, animais e lindas borboletas. Uma parada para sacar algumas fotos do Farol Central e depois o passeio no Circuito Superior que dá acesso a magníficas vistas panorâmicas, sendo um privilégio a vista às várias ilhas que se formam entre os saltos.
Na ‘Estación Cataratas’ tomamos o ‘Tren Ecológico de La Selva’, uma ferrovia ecológica que se estende ao longo de todos os percursos, chegando até a Garganta Del Diablo.
Indescritível pela beleza e energia que emociona a todos a Garganta Del Diablo, no Salto Unión, encanta a todos.
As 15h30min me despedi das minhas novas amigas argentinas e fui correndo pegar o trem de volta até a Estación Central, onde às 16h. a Van do Hostel estaria esperando. Ainda deu tempo de passar no Centro Comercial do Parque e adquirir como lembrança uma cuia, bomba e erva-mate para um tererê tipicamente argentino
A noite, já no Hostel, confraternização com os novos amigos e no outro dia cedinho, retorno para Curitiba.